28/6/2016
A volta às aulas pode ser um sinônimo de preocupação para os pais que têm filhos com alergias, ainda mais quando a instituição de ensino não está preparada para atender às necessidades dessas crianças.
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) diz que as escolas devem ter protocolos de identificação individual para crianças com riscos. Do mesmo modo que se deve cuidar de forma especial da criança diabética, cardiopata, neuropata, é preciso ter atenção preventiva com os alunos alérgicos.
"A criança deve estar bem identificada na sua ficha de saúde, mas, além disso, aqueles que lidam com o menor devem estar bem informados e conscientes da necessidade de atenção redobrada para evitar contatos acidentais com fatores desencadeantes, assim como saber identificar sinais de crise", alerta o presidente da ASBAI, Dr. José Carlos Perini, que diz ainda que a escola deve saber como proceder em caso de emergência.
Para o Dr. Perini, de um modo geral, as escolas agem burocraticamente. "Registram, cadastram, mas são pouco compromissadas com a prevenção. Alimentos são guardados todos juntos, a limpeza das salas de aula deixa muito a desejar, os aparelhos de ar refrigerado nem sempre são limpos como se deve".
As alergias mais comuns - A rinite está em primeiro lugar entre as alergias mais comuns. A asma também aparece pelas condições ruins de limpeza ambiental. Alergia a insetos é comum nas escolas, onde mosquitos costumam proliferar. "E aqui cabe um alerta aos pais nesses tempos de Aedes Aegypti: cobrar das escolas um programa de combate a focos de mosquitos, da mesma forma que nas residências", alerta Dr. Perini.
Embora pouco usado pelas escolas, o giz também merece atenção por ser alcalino, que irrita mucosa e vias aéreas de forma primária e, por isso, a limpeza da sala de aula deve ser feita várias vezes ao dia.
Dica aos pais - A ASBAI orienta os pais como agir com a escola para que se evitem situações que coloquem em risco a saúde da criança. Entre elas, é preciso solicitar autorização para inspecionar a instituição de ensino e os locais onde a criança frequentará. Os pais devem oferecer sugestões de como melhorar a prevenção e explicar quais são os procedimentos que asseguram risco zero.
"Por outro lado, os pais precisam colaborar com a escola fornecendo alimentos seguros para a criança, disponibilizando medicamentos que o menor utiliza e que pode precisar durante uma crise alérgica e treinar a criança a partir dos quatro anos para que ela essa seja proativa e também participe da prevenção. Crianças nessa idade já absorvem treinamento", explica o presidente da ASBAI.